A Reconstrução do Hostel - como tudo começou

18 Maio 2012, sexta-feira . Sobre Hostel

Tudo começou com uma ideia que duas pessoas, entretanto marido e mulher, cujo projeto de vida em comum há muito estava traçado, Marta e João Saavedra, tornaram realidade. A paixão pelas viagens, pelo mundo, pelas diferentes culturas e pelas diferentes experiências cujo convívio possibilita, associada à paixão pelo Douro, pelo Vinho do Porto, levou este casal a abraçar esta aventura.

Mais do que formação, mais do que experiência, o que realmente importa é a paixão com que abraçamos cada projeto, o que constitui o nosso lema.

Visitamos várias casas, na ânsia de encontrar a casa ideal. Muitas delas habitadas, muitas por pessoas muito idosas, e muitas sem condições de habitabilidade. A casa que vos apresentamos, foi onde encontramos uma harmonia que nos contagiou. Embora também extremamente degradada (casa dos anos 30 do séc. XX), apresentava uma conjugação perfeita entre os vários pisos e o jardim, em socalcos, completamente abandonado e tomado pela vegetação selvagem, mas onde observamos um enorme potencial.

Paredes meias com um dos melhores hotéis do Norte e mesmo do País, o The Yetman Hotel. Refira-se que os seus responsáveis permitiram a passagem de muito material para as obras pelos seus jardins, o que constitui uma ajuda extremamente preciosa para que as obras decorressem de uma forma mais célere.

Da maturação da ideia até à sua colocação em prática foram apenas alguns dias, e algumas conversas com Mário Oliveira, que viria a ser o chefe de obra e o grande responsável pela transformação da casa, em pouco mais de 5 meses. O projeto ficou entregue ao Arquiteto Marcílio Henriques, jovem arquiteto, que se revelou bastante importante com algumas ideias inovadoras. E para que o ciclo feche, falta referir a AMIGAIA, na pessoa da Dra. Alice Teixeira e do Dr. Fernando Almeida e Sr. Fernando Barbosa, que através do programa GAIAFINICIA, contribuíram para que este projeto se concretizasse.

O edifício, com mais de 80 anos, foi totalmente recuperado e remodelado. Todas as paredes interiores desapareceram e deram lugar a novas, com a criação de uma varanda comum, com o objetivo de permitir que todos os quartos tenham luz e ventilação natural. Criaram-se clarabóias nos corredores e WC, com o mesmo objetivo, tornar o ambiente mais iluminado e natural possível. Criou-se um espaço no r/c, outrora uma loja/mercearia, onde passou a estar a área comum, que engloba uma cozinha, totalmente equipada, uma lavandaria disponível para lavar e secar a roupa do dia-a-dia, uma sala de estar e uma recepção, com o objetivo de se tornar um espaço mais acolhedor e familiar, onde quem está na recepção de imediato pode dar resposta às necessidades dos hóspedes. Construíram-se 4 novos WC’s, um em cada piso, 3 dos quais comuns e 1 parte integrante da suite. Este último, inicialmente projetado para ser um espaço de arrumação com um armário embutido, terminou como um WC, integrando o quarto Deluxe, o Douro Suite.

A cada quarto foi atribuído um nome, associado a monumentos e festividades que unem as duas cidades, como o próprio nome indica – GaiaPortoHostel. Assim, no 1º Andar, temos o quarto duplo, Serra do Pilar, e a Camarata Ponte D. Luís, correspondente a dois monumentos que se avistam do jardim panorâmico do Hostel, e que constituem, pelas suas caraterísticas particulares, monumentos únicos no Douro e no País. No 2º Andar, temos então, a Douro Suite, em homenagem ao Rio Douro, um dos rios mais bonitos do mundo, com uma história de intimidade com o Vinho do Porto e que termina muito próximo do Hostel, na Foz do Douro, e a Camarata S. João, a festa tradicional mais popular das duas cidades, Gaia e Porto, onde o povo se junta nas ruas, para festejar o seu santo padroeiro, S. João, e para manifestar o seu contentamento através das marteladas, porque “no S. João, ninguém leva a mal.”

Resta-nos falar ainda da reconstrução e remodelação de um outro espaço, que constitui uma das mais-valias do Hostel e onde essa remodelação provavelmente foi mais profunda, O Jardim Panorâmico. Encontrámos um quintal, completamente abandonado, repleto de vegetação selvagem, com pequenos anexos em madeira apodrecida, a cair. Deste quintal sobrava apenas um diospireiro e uma cameleira, os quais foram reabilitados e aproveitados. Todas as escadas foram remodeladas, todos os muros foram refeitos e remodelados. Inovamos com canteiros, outrora inexistentes, e que deram abrigo ao cantinho dos cactos (paixão de um dos proprietários), alguns deles oferecidos por familiares (avós com 94 e 96 anos, a Mercês e o Joaquim). Criou-se ainda um outro cantinho, o das plantas aromáticas, muito úteis para cozinhados e infusões. Este quintal passou a ser um Jardim, todo relvado, constituindo uma janela aberta para as cidades do Porto e Gaia, de onde se consegue avistar vários monumentos emblemáticos dessas cidades, como os Clérigos, a Sé do Porto, a Ponte D. Luís, a Serra do Pilar, o novo Teleférico de Gaia. Constitui também um espaço de profundo relaxamento e bem-estar no meio da Cidade, onde se pode assistir a um espetáculo musical diariamente e de forma gratuita, proporcionado pelas dezenas de gaivotas que têm o seu habitat junto ao Rio Douro.

Palavras para quê, foram vários meses de remodelações e reconstruções, mas chegado ao fim desta fase, resta-nos abrir as portas e receber-vos da melhor forma, proporcionando um ambiente familiar, acolhedor tendo como máxima tornar o GaiaPortoHostel um símbolo da nossa região a nível internacional.

Estamos à vossa Espera!

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